As atividades econômicas que formam a estrutura produtiva do município de Brumado estão agrupadas no setor primário, secundário e terciário. De acordo com o censo empresarial do SEBRAE, verifica-se que as 998 empresas cadastradas em Brumado estão distribuídas nas seguintes atividades produtivas:
DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS EM BRUMADO
FONTE: SEBRAE/BA - Pesquisa Direta (Junho/1996)
Com base no gráfico observa-se um numero maior de empresas no setor terciário que compreende as atividades de comércio (42,5%) e de serviços (49,1%), que somadas eqüivale a 91,6% das empresas cadastradas, constituindo-se destacado segmento no que concerne à oferta de empregos e absorção de mão-de-obra, sendo considerado um setor influente na região por exercer o papel de redistribuidor. O setor secundário formado pela indústria (8,3%), destaca-se a atividade de mineração executada pela empresa Magnesita S/A, que corresponde a 97% da produção de magnesita bruta do Brasil, servindo ao mercado interno e externo. O setor primário representa um pequeno percentual no que se refere à atividade agropecuária, necessitando investimentos com o incremento de novas tecnologias produtivas.
No município de Brumado a estrutura agrária tem como principal característica o predomínio de pequenas propriedades.
As propriedades no intervalo de 10ha a menos de 100ha correspondem 46,2% do total de imóveis, o que eqüivale a 41,3% da área total.
As propriedades que figuram entre 100 e 1.000 hectares representam 6,5% dos imóveis e correspondem a 45,4% da área total.
A situação dos pequenos proprietários é agravada pelo fato do município se localizar na região semi-árida, com um alto índice de ocorrência de seca e de possuir insuficiente infra-estrutura de captação, armazenamento e distribuição d’água.
As culturas do algodão e da mandioca, culturas de destaque no município, foram duramente afetadas em sua produtividade, devido a já citada escassez de chuvas, juntamente com outros fatores como a dificuldade de obtenção de crédito e o ataque de pragas.
O algodão que se constituiu em uma das mais importantes fontes de renda para o município, teve o seu período mais promissor compreendido entre meados e final de 1980. O período foi marcado por uma grande prosperidade econômica, que os agricultores locais nunca haviam experimentado anteriormente. A renda da cultura do algodão movimentava grande parte da economia do município, gerava empregos e incrementava o comércio.
Com a decadência da cultura algodoeira no município em meados dos anos de 1990, algumas usinas de descaroçamento e beneficiamento foram fechadas, outras se mudaram para cidades como Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.
Como forma de sanar estes prejuízos os cotonicultores buscaram outras alternativas, alguns se voltaram para a plantação de outras culturas ou a criação de animais, outros buscaram fontes de renda no mercado informal ou migraram para outras regiões.
Na década de 2000, o quadro de abandono da cultura do algodão no município começa a mudar com a implantação do Programa de revitalização da cultura algodoeira do governo do Estado, através da capacitação dos produtores, a introdução de variedades precoces mais resistentes a praga do bicudo e a disponibilidade de linhas de crédito. Verificou-se que atualmente está havendo um novo aumento na produção do algodão, cotonicultores que haviam abandonado a cultura se mostraram dispostos a retomá-la no ano de 2005 e os agricultores que ainda se dedicavam a malvácea estão aumentando a área de cultivo e consequentemente a sua produtividade.
Setor Secundário
A empresa Magnesita S.A. está localizada a 8 Km da cidade de Brumado, na Vila Industrial de Catiboaba ao pé da Serra das Éguas. Possui um área industrial construída de 37.000 m2.
A produção das minas iniciou-se em 1945, em plena II Guerra Mundial. A partir daí, a Magnesita S.A. vem mantendo estudos permanentes de geologia e pesquisa na Serra das Éguas. A extração de magnesita, talco e calcário dolomítico, compreende a quase totalidade do produto mineiro do município, fazendo de Brumado um dos maiores arrecadadores de I.U.M. (Imposto Único sobre Minerais) do Estado da Bahia.
Mais de 97% da produção brasileira de magnesita bruta é proveniente da Serra das Éguas no município de Brumado.
No mercado interno a maior demanda de magnesita calcinada verifica-se na indústria de refratários, para abastecimento do parque industrial siderúrgico e cimenteiro. Os produtos refratários são exportados para Argentina, Chile, Peru, Venezuela, Paraguai, Colômbia, E.U.A, México, Polônia, França, Espanha, Alemanha, etc. O talco é utilizado por muitas empresas brasileiras na produção de plásticos, perfumaria, arroz, balas, papel, celulose, pisos, borracha etc. O talco também é usado por empresas multinacionais como, a Johnson & Johnson e AVON (cosméticos), Pirelli (pneus), Rhodia (produtos químicos) entre outros. Já a magnesita cáustica é utilizada na fabricação de fertilizantes, abrasivos, rações etc.
A capacidade instalada na Magnesita S.A. é de 330.000 toneladas/ano de sinter e 30.000 toneladas/ano de talco.
Com a intensa exploração mineral em Brumado foram atraídas outras indústrias mineradoras, como a IBAR Nordeste do grupo Votorantin e a Xilolite S.A. A IBAR Nordeste foi implantada em 1973 e sua principal atividade é a extração e beneficiamento de magnesita. A empresa possui em seu quadro, 104 empregados efetivos e 20 de empreiteira.
A Xilolite foi implantada no ano de 1969, e é uma das maiores produtoras de talco do Brasil. Além do talco a indústria explora a dolomita, minério usado na agricultura como corretivo do solo. Possui 210 empregados efetivos diretos e 6 terceirizados.
Na década de 90 o crescimento de Brumado foi intensificado também pelo desenvolvimento de outras indústrias. A Indústria Lafarge - Cimento Montes Claros (atual Cimento Bonfim do grupo português – CIMPOR), implantada em 1993, passa a fabricar o cimento nesta unidade, favorecido pela abundância da matéria-prima denominada de escoria, que é fornecida pela Magnesita S.A., e por dispor do transporte ferroviário, que muito tem facilitado o transporte de matéria-prima local e de sua filial em Minas Gerais, com baixos custos, o que tem contribuído para que o produto final possa competir no mercado com os de outras empresas concorrentes, transformando Brumado em um centro de distribuição para várias regiões da Bahia como o Oeste, Sudoeste, Sul e Sertão.
SETOR TERCIÁRIO
Na formação da estrutura produtiva o setor terciário reúne importantes atividades econômicas (comerciais e de prestação de serviços) tornando-se importante setor de desenvolvimento sócio-econômico, permitindo a melhoria das condições de vida e a criação de oportunidades de emprego e renda representando, portanto, desenvolvimento e sustentabilidade das cidades.
A cidade de Brumado desde a sua origem teve sua economia algodoeira dinamizada pelas atividades de comércio e serviços relacionadas ao abastecimento, escoamento da produção e hospedagem, o que permitiu a ampliação dos fluxos e da economia local em decorrência da sua centralidade nas rotas de transporte entre o Sertão e o Litoral.
O município se desenvolveu, atraindo novos empreendimentos e moradores, por revelar-se importante entreposto comercial e entroncamento viário para o Sertão Sanfranciscano, Região Sudoeste, o Sudeste da Chapada Diamantina e o Recôncavo Baiano.
Com o advento da estrada de ferro, a cidade de Brumado é incluída na rota que liga Salvador a Minas Gerais confirmando a sua localização geográfica privilegiada. A ferrovia exerceu importante influência na estruturação e no desenvolvimento local, permitindo o aumento da facilidade de escoamento da produção, qualificando a cidade como um pólo de fracionamento de mercadorias, vindas de grandes centros produtores nacionais para a distribuição na região conduzindo o desenvolvimento comercial até o final da década de 1960, quando ocorre a substituição do modal ferroviário pelo rodoviário com a construção da BA-262 que liga a BR-116 em direção a Brasília.
É importante destacar que o novo modelo trouxe uma ruptura da dinâmica anterior, devido ao fato do transporte rodoviário ser mais flexível, transportando cargas menores e direto para lugares distantes. Em decorrência disso ocorreu uma redução dos ganhos atacadistas, devido à articulação comercial e do fracionamento de mercadorias. Conseqüentemente, os municípios de sua influência passaram a se articular com Vitória da Conquista e Brasília.
Diante disso, o principal fator constituinte da dinâmica econômica de Brumado foi a sua qualificação como um pólo de fracionamento de mercadorias, advindas de grandes centros produtores nacionais para a distribuição na região. Salienta-se que o entreposto de comércio, a grande feira livre e a articulação logística inter e intra-regional, são os elementos que dão suporte a esta dinâmica, juntamente com a incipiente base produtiva local que se desenvolveu passando a exercer um papel estratégico em relação aos municípios circunvizinhos (Caetité, Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas, Malhada de Pedras entre outros).
Existiam em Brumado 772 unidades locais (Empresas com CNPJ), que ocupavam 1.842 pessoas, nos ramos do comércio, reparação, alojamento e alimentação. Esses estabelecimentos estão assim representados:
- Comércio 424 unidades locais, sendo: 12 açougues, 56 confecção e tecidos, 26 farmácias, 37 materiais de construção, 164 mercearias e 20 supermercados.
- O Setor Serviço possuía 490 unidades locais, sendo 291 bares, 22 lanchonetes, 39 oficinas para autos e 36 salões de beleza.
A Câmara de Dirigentes Lojista - CDL possuía 350 estabelecimentos associados, sendo 3 bancos, 20 supermercados, 15 farmácias, 5 escolas, 2 funerárias, 6 livrarias, 12 lojas de calçados, 23 lojas de confecções, 5 lojas de cosméticos, 6 lojas de brinquedos, 15 lojas de móveis e eletrodomésticos, 3 lojas de materiais de construção; 37 prestadoras de serviços, sendo 4 óticas, 2 jornais, 6 médico, 10 postos de gasolina, 2 distribuidoras de bebidas, 3 agropecuária, 6 concessionárias (carros e motos) e 1 floricultura.
Conforme relatório SEBRAE (2001), em 1996, das 424 unidades locais cadastradas no setor do Comércio, 13,5% não eram legalizados; 51,6% possuíam a forma jurídica “firma individual”; 34,9% forma jurídica “limitada”. Enquanto que, das 490 unidades cadastradas do setor do Serviço: 61,8% não eram legalizadas, 22,7% firma individual, 11,0% Ltda., 0,2% S/A, 4,3% outros.
A área comercial da cidade de Brumado se estende de forma linear ao longo das vias internas que funcionam como prolongamento das rodovias de acesso a cidade: a BA-262 ligando a Salvador, a BA-148 ligando a Livramento e a BA- 030 que liga a Caetité. Dessa forma, facilita a circulação dos meios de transportes intensificando as atividades comerciais com o aumento do número de serviços públicos e privados, ampliando também os serviços alternativos do tipo utilitários para o transporte de passageiros, como moto-táxis, vans e outros veículos que servem a população em serviços essenciais como a entrega de gás, água mineral, e outros.
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